Castelo do Terror

Uma das mais estranhas experiências que já tive deu-se aqui há uns dois anos, por terras do Minho.

Andava eu no mesmo trabalho que me levou à Nazaré, quando tive que ir, mais um compincha, algures para o Norte (já não me lembro onde exactamente). O pessoal da empresa marcou alojamento e nós, num domingo depois de jantar, lá nos pusemos a caminho!

Tinhamos apenas um print da net com o nome do local, que prometia ser uma casa turismo rural, com piscina e tudo... Maravilhados...

A casa em si, depois de termos passado em frente ao desvio umas 3 vezes (sim... tinha um desvio...) ficava dentro de uma propriedade enorme, com árvores e arbustos por todo o lado, e tinha para aí uns 3 andares, em forma de castelo Suíço... Uma maravilha arquitectónica de um qualquer emigrante....

Claro que quem sai de Lisboa depois de jantar, só chega por volta da uma da manhã. Sendo Inverno, e não havendo “turistas rurais”, não estava absolutamente ninguém à nossa espera... Isto a altas horas da noite... no meio do monte...

Vai disto e, depois de 15 minutos a bombar à campaínha, toca de pegar no telefone e ligar para o número da net. Atende-nos uma senhora que nos diz que já se tinha posto a andar e que já não voltaria. A solução seria procurar a chave da porta da arrecadação da cozinha, para por aí entrar! O facto de não estar ninguém numa propriedade enorme, e haver uma chave de uma arrecadação, pareceu-nos suspeito...

Talvez reminiscências de muita filmografia série B, com corpos putrefactos em andamento, e gajas que berram até partir cristal. Mas enfim... Na rua também não se estava bem!

Lá fomos à procura da chave. Tudo isto enquanto continuava ao telefone! A situação atingiu o ridículo quando 2 macacos entram por uma casa antiga, estranha, por uma cave sem luz, cheia de coisas a ranger por todo o lado, ao telefone...

- sim, siga... o interruptor da luz está do outro lado ao pé da arca frigorífica... não... do outro lado...

- Olha... o que é isto no chão... (será um corpo??) ah, uma alcatifa enrolada...

- Como?

- Nada, nada... (risos) Ó fagundes (nome fictício) vai tu à frente!

- Não Plasma, insisto!!

- Então, já encontraram a luz?

- Não, ainda não...

Claro, sempre à espera de levar com uma paulada na cabeça, e ficar a fazer parte da ementa no dia seguinte!

Após alguns minutos de “um dia na vida de um cego” lá demos com a luz! O espectáculo não foi muito melhor. Presuntos... Chouriços... Roupa para passar... Só rir!!!

Lá entrámos em casa, sempre à procura de todos os interruptores, e conseguimos encontrar o quarto. A caminho deste, obviamente no último andar, ainda nos deparámos com um cadáver empalhado de uma lontra nas escadas, mas fora isso mais nada nos assombrou!

Posso garantir-vos que meteu o Castelo do Terror, da feira popular, a um canto!